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É preciso habilidade “pra dizer mais sim do que não”

17 quinta-feira maio 2012

Posted by Marcos Venancio in Filosofia barata

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bandeirantes, brasil, fado tropical, negacao, pioneiros

A negação de São Pedro

A negação de São Pedro

Não há arte na negação, ou como nos versos da música, é preciso habilidade “pra dizer mais sim do que não”. Não é o oposto do sim, mas sua ausência, a bruma que esconde todas as coragens para encarar o mundo, o que contraria a existência.

Mas assim é o brasileiro, o sujeito do contra, o juiz de todos os pecados. O sucesso é objeto de crítica. Usamos a paixão da igreja romana em tudo, na arte recheada de crucifixos e filhos de deus, na tortura, na política e até no futebol.

Flamenguista torce contra o Vasco e vice-versa, torcedores de Bahia e Vitória não vivem sem espinafrar o oposto, palmeirense odia o Corinthians e corintiano pisa no verde. É tudo brincadeira e verdade, produto de uma terra deformada na conquista.

Bandeirantes e Pioneiros

Bandeirantes e Pioneiros

O gaúcho Vianna Moog descreve em “Bandeirantes e Pioneiros“, um livro de 1954, as diferenças de colonização da América do Norte e do Brasil. Para cá vieram homens sem família, para lá, maridos, esposas e filhos.

Na terra de Pindorama, o saque, o estupro e a grilagem como prática. Nos Estados Unidos, o pioneirismo, e o assentamento das colônias. Também houve o faroeste, mas o caboclo foi sempre mais longe e amplo.

Moog era um liberal (participou da aliança homônima contra Getúlio, em 1932), foi cruxificado pelos marxistas do partidão ortodoxo nos anos seguintes, banido das bibliotecas e varrido pra longe do pensamento dito progressista.

Nada mais natural nessa cultura fundada no proselitismo. Criticar é o esporte preferido do brasileiro. Todo mundo entende de futebol, de música, de economia, de sociologia, de jornalismo e se vacilar sabe mais de sua vida que você mesmo.

Afinal, se deus é brasileiro, o brasileiro é filho do homem, o rei do palpite, da opinião tosca sobre tudo. Julgador impiedoso, tal e qual o saqueador português, descrito e declamado por Ruy Guerra no soneto de “Fado Tropical”, com Chico Buarque.

Meu coração tem um sereno jeito
E as minhas mãos o golpe duro e presto,
De tal maneira que, depois de feito,
Desencontrado, eu mesmo me contesto.

Se trago as mãos distantes do meu peito
É que há distância entre intenção e gesto
E se o meu coração nas mãos estreito,
Me assombra a súbita impressão de incesto.

Quando me encontro no calor da luta
Ostento a aguda empunhadora à proa,
Mas meu peito se desabotoa.

E se a sentença se anuncia bruta
Mais que depressa a mão cega executa,
Pois que senão o coração perdoa

Assim somos. Agora pode criticar.

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Parabéns, na sua vida quem manda são eles!

21 sábado abr 2012

Posted by Marcos Venancio in Filosofia barata

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Tags

estado, liberdade, servidao

Sua vida é uma maravilha, mano. Sexta-feira, uisquinho ou cachaça, balada, jantar em restaurante ou pizzaria, sexo, musiquinha maneira, jaz, bossa nova, pagode, arrocha. Vidinha classe A, B, C ou D, mas cheia de grandes ou pequenos poderes!

Servidão moderna

Servidão moderna

No som do carro, Gonzaguinha leva o “Tudo vai bem, tudo legal / cerveja, samba”, mas você ouve só com os ouvidos. Pra que gastar cérebro, né mermo? Pequenas reclamações com o trânsito travado, mas você ri.

Porque, apesar dos problemas, tudo vai melhorar, a esperança é a última que morre mesmo. Na sua vida quem manda é você, e isso basta, né não? Compra as roupas, o chiclete e o cigarro que quer.

Eis que tu é um cara ou uma mina livre, como falam os gaúchos na segunda pessoa inviesada. Comprou até um carrinho pra lá de esperto. Salve cidadão, eleitor e proprietário de suas coisas.

Sua servidão é coisa do passado, da história dos senhores feudais. Agora você pode ter tudo que a publicidade mandar comprar, que o Estado declarar legal, que o teu salário permitir e teus pequenos deuses não declararem pecado. Parabéns!

☂ Servidão ☂
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
A servidão é o status legal e econômico dos camponeses (“servos”) no feudalismo, especialmente no âmbito do sistema econômico da “senhoria” (direitos feudais sobre a terra). Os servos são trabalhadores rurais que estão vinculados à terra, formando a classe social mais baixa da sociedade feudal.

Origem: Dicionário online de português
s.f. Estado do servo, do escravo.
Escravidão.
Privação da independência ou da liberdade.
Cativeiro, sujeição, dependência.

Origem: Central jurídica
Servidões prediais são as restrições às faculdades de uso e gozo que sofre a propriedade em benefício de alguém; é o direito real constituído em favor de um prédio (dominante), sobre outro prédio (serviente), pertencente a dono diverso (Lafayette); é um direito real de fruição ou gozo de coisa imóvel alheia, limitado e imediato, que impõe um encargo ao prédio serviente em proveito do dominante.

Comportamento Geral
Gonzaguinha

Você deve notar que não tem mais tutu
e dizer que não está preocupado
Você deve lutar pela xepa da feira
e dizer que está recompensado
Você deve estampar sempre um ar de alegria
e dizer: tudo tem melhorado
Você deve rezar pelo bem do patrão
e esquecer que está desempregado
Você merece, você merece
Tudo vai bem, tudo legal
Cerveja, samba, e amanhã, seu Zé
Se acabarem com o teu Carnaval?
Você merece, você merece
Tudo vai bem, tudo legal
Cerveja, samba, e amanhã, seu Zé
Se acabarem com o teu Carnaval?
Você deve aprender a baixar a cabeça
E dizer sempre: “Muito obrigado”
São palavras que ainda te deixam dizer
Por ser homem bem disciplinado
Deve pois só fazer pelo bem da Nação
Tudo aquilo que for ordenado
Pra ganhar um Fuscão no juízo final
E diploma de bem comportado
Você merece, você merece
Tudo vai bem, tudo legal
Cerveja, samba, e amanhã, seu Zé
Se acabarem com o teu Carnaval?
Você merece, você merece
Tudo vai bem, tudo legal
Cerveja, samba, e amanhã, seu Zé
Se acabarem com o teu Carnaval?
Você merece, você merece
Tudo vai bem, tudo legal
E um Fuscão no juízo final
Você merece, você merece
E diploma de bem comportado
Você merece, você merece
Esqueça que está desempregado
Você merece, você merece
Tudo vai bem, tudo legal

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